08 DE MARÇO, UM DIA DE LUTA PARA TODAS AS MULHERES

O 8 de março de 1857 entrou pra história. Tanto é que passados 164 anos, as mulheres são homenageadas nesta data em muitas partes do mundo. A origem da data em que se celebra o Dia Internacional da Mulher não está relacionada apenas a um evento. Mas a um conjunto deles. De um incêndio em uma empresa em Nova York (1857), onde morreram 146 trabalhadores queimados e deste total, 125 eram mulheres, até 1917 na Rússia, quando um grupo de milhares de mulheres operárias do setor de tecelagem também se manifestaram contra a fome e contra a Primeira Guerra Mundial, fazendo uma greve que muitos historiadores consideram até hoje como ponto de partida, tanto pra Revolução Russa quanto pra difundir o Dia da Mulher pelo mundo todo.

O debate sobre a questão feminina perdura até hoje e outros registros na história do Brasil e do mundo também são referências importantes quando o assunto é o Dia Internacional da Mulher. Sempre levantando a proposta pra que o movimento sindical e socialista também acolhesse os problemas vivenciados pelas mulheres e seus direitos. Já que estes são mais severos do que os vividos pelos homens no que se refere às questões trabalhistas.

Não é por acaso que em 2021, ainda vemos problemas como a desigualdade salarial entre homens e mulheres e outras sendo debatidas por diversas organizações, instituições e grupos ativos de mulheres na passagem do 8 de março. Em diversas cidades brasileiras, anualmente é realizada uma série de protestos contra a criminalização do aborto, o machismo, o feminicídio e a violência contra a mulher. O Dia Internacional da Mulher, portanto, tem origens em algumas tragédias, mas se deve também a uma certa evolução que vem atravessando décadas marcadas pelo engajamento de mulheres poderosas que buscam cada vez mais respeito, reconhecimento e valorização.

Pra piorar, ainda tivemos a pandemia, que afetou toda a população mundial, deixando as mulheres no Brasil ainda mais expostas: já são mais mulheres fora do mercado de trabalho do que dentro, o maior recuo nos últimos 30 anos. E são também as que mais sofrem com doenças mentais: 40,5% das brasileiras apresentaram sintomas de depressão no último ano.

Diante de tudo isso, só nos resta continuar na luta, sem esquecer de comemorar as conquistas, mas refletindo sobre as ações em torno da data 8 de março. Seja no campo do convívio afetivo, familiar e social ou relativas às questões relacionadas ao mercado de trabalho, ser mulher é ser forte, sobrevivente e merecedora de todas as honras e gratidão no dia de hoje e durante todos os outros dias.

Viva as mulheres, estejam onde estiverem!